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INDULGÊNCIAS

“A absolvição sacramental (na confissão) livra a pessoa do inferno e a indulgência livra a pessoa do purgatório.

O perdão dos pecados não resolve o problema das doenças espirituais do homem, portanto, as indulgências são necessárias para que os efeitos do pecado, ainda no coração humano, sejam curados.”

Padre Paulo Ricardo

Doutrina sobre indulgências

"A indulgência é a remissão, perante de Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto (baptizado e em estado de graça) obtém, em certas e determinadas condições, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos."

"A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta parcialmente ou na totalidade da pena temporal devida ao pecado." O fiel pode lucrar para si mesmos as indulgências (…), ou aplicá-las aos defuntos (não são aplicáveis em favor de outras pessoas vivas).

1472.  As penas do pecado  - Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, deve ter-se presente que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, torna-nos incapazes da Vida Eterna; esta privação chama-se "pena eterna" do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa de ser purificado, quer nesta vida, quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do pecado. Essas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como uma consequência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente Caridade (amor a Deus) pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.

1473.  O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus trazem consigo a abolição das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado. Suportando pacientemente os sofrimentos e as provas de todo tipo e, chegada a hora, enfrentando serenamente a morte, o cristão deve esforçar-se para aceitar, como uma graça, essas penas temporais do pecado; deve aplicar-se, através de obras de misericórdia e de Caridade, como também pela oração e pelas diferentes práticas de penitência, a despojar-se completamente do " homem velho" para revestir-se do "homem novo".

1474.  Na comunhão dos Santos  - O cristão que procura purificar-se de seu pecado e santificar-se com o auxílio da graça de Deus, não está só. "A vida de cada um dos filhos de Deus está ligada, de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do Corpo Místico de Cristo (Igreja), como que numa pessoa mística."

1475.  Na comunhão dos santos, "existe, portanto, entre os fiéis – os que já estão na pátria celeste, os que expiam as faltas no purgatório e os que ainda peregrinam na terra - um constante laço de amor e um abundante permuta de todos os bens". Nesta admirável permuta, cada um se beneficia da santidade dos outros, muito além do prejuízo que o pecado de um, possa ter causado aos outros. Assim, o recurso à comunhão dos santos permite ao pecador arrependido ser purificado, mais depressa e mais eficazmente, das penas do pecado.

1476.  Esses bens espirituais da comunhão dos santos também são chamados o tesouro da Igreja, "que não é uma soma de bens como quando se trata das riquezas materiais acumuladas no decorrer dos séculos, mas é o valor infinito e inesgotável que têm junto a Deus as expiações e os méritos de Cristo, nosso Senhor, oferecidos para que a humanidade seja liberta do pecado e chegue à comunhão com o Pai. É em Cristo, nosso redentor, que se encontram em abundância as satisfações e os méritos de sua redenção".

1477.  "Pertencem, além disso, a esse tesouro o valor verdadeiramente imenso, incomensurável e sempre novo que têm junto a Deus as orações e as boas obras da Bem-aventurada Virgem Maria e de todos os santos que se santificaram pela graça de Cristo, seguindo as suas pegadas, e que realizaram uma obra agradável ao Pai; de modo que, trabalhando pela sua própria salvação, contribuíram para a salvação de seus irmãos na unidade do corpo Místico."

1478.  Obter a indulgência de Deus mediante a Igreja -  A indulgencia obtém- se de Deus mediante a Igreja, que, em virtude do poder de ligar e desligar que Cristo Jesus lhe concedeu, intervém em favor dum cristão e lhe  abre o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos, para obter do Pai das misericórdias o perdão das penas temporais devidas a seus pecados. Assim, a Igreja não só vem em auxílio deste cristão, mas também o incita a obras de piedade, de penitência e de caridade.

1479.  Uma vez que os fiéis defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los, entre outros modos, obtendo para eles indulgências, de modo que sejam libertos das penas temporais devidas por seus pecados.

 

Efeitos das indulgências

1498.  Por meio das indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório a remissão das penas temporais, consequência do pecado.

 

Indulgências a favor dos defuntos

1032.  Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Por isso, [Judas Macabeu) pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres das suas faltas" (2Mac 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o Sacrifício Eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:

“Socorramo-los e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai, por que duvidar de que as nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.” S. João Crisóstomo

1479.  Uma vez que os fiéis defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles indulgências para libertação das penas temporais devidas por seus pecados.

In Catecismo da Igreja Católica

 

Qual a diferença entre a indulgência plenária e a parcial?

“Indulgência plenária, como o próprio nome diz, ela redime totalmente a pena que a pessoa teria que cumprir no purgatório. Enquanto a parcial, redime só em partes. A plenária é totalmente eficaz e definitiva para as pessoas mortas. Por exemplo, se eu tenho um parente que faleceu e cumpro uma obra indulgenciada, essa pessoa então, estaria liberta de todo o tempo do seu purgatório.”

Padre Paulo Ricardo

 

Concessões de indulgências

Três concessões mais gerais :

Propõem-se em primeiro lugar três concessões de indulgências, com as quais se aconselha o fiel (…)  a tender, em seu estado de vida, à perfeição da Caridade.

   1. Concede-se indulgência parcial ao fiel que, no cumprimento de seus deveres e na tolerância das aflições da vida, ergue o espírito a Deus com humilde confiança, acrescentando alguma piedosa invocação, mesmo só em pensamento.

Por esta primeira concessão os fiéis, executando o mandato de Cristo:

 

"É preciso orar sempre e não desistir", são como que conduzidos pela mão e ao mesmo tempo aconselhados ao cumprimento de seus deveres, de modo a conservar e aumentar sua união com Cristo.

   2. Concede-se indulgência parcial ao fiel que, levado pelo espírito de fé, com o coração misericordioso, dispõe de si próprio e de seus bens no serviço dos irmãos que sofrem falta do necessário.

O fiel é atraído por esta concessão de indulgência para que, seguindo o exemplo e preceito do Cristo Jesus, execute mais frequentemente obras de Caridade ou de misericórdia. Contudo, nem todas as obras de caridade são enriquecidas de indulgência, mas só as que são feitas "para serviço dos irmãos que sofrem falta do necessário" como comida ou roupa para o corpo, ou consolação para alma.

Mt 25,35-36 e 40: Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, fui peregrino e acolhestes-me estive nu e vestistes-me, enfermo e visitastes-me, estava preso e viestes-me ver... em verdade vos digo, todas as vezes que a fizestes a um destes meus irmãos menores, a mim o fizestes.

   3. Concede-se indulgência parcial ao fiel que se abstém de coisa lícita e agradável, em espírito espontâneo de penitência.

Por esta terceira concessão é impelido o fiel a refrear suas más inclinações, a aprender a sujeitar o corpo e a se conformar (assemelhar) com Cristo pobre e paciente.  Pois a penitência tanto mais vale quanto mais se une à Caridade, conforme as palavras de São Leão Magno: "Demos à virtude o que subtrairmos ao prazer. Torne-se refeição dos pobres a abstinência do que jejua".

Lc 9,23: Se alguém quiser seguir-Me, negue-se a si mesmo, tome a cruz cada dia e siga- Me.

...

“A Igreja ensina que para obter as indulgências o fiel precisa estar em estado de graça. Que é um estado de amizade com Deus em que a pessoa não só recebeu o perdão dos pecados, mas também está disposta a abandonar qualquer tipo de pecado, até mesmo o venial.”

Padre Paulo Ricardo

 

Outras concessões

Indulgência parcial:

  Ao fiel que, pelo menos contrito de coração, realiza uma obra enriquecida duma indulgência parcial, é concedida pela Igreja uma remissão de pena temporal igual à que ele mesmo obtém por sua ação (parcial).

(OBS.:  aqui só constam algumas das indulgências do manual)

  • Inspirai, ó Deus as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e para vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo nosso Senhor. Amém

  • Atos de Fé, Esperança e Caridade.

  • 'Nós vos damos graças, Senhor, por todos os vossos benefícios. Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém.

  • Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, pois a ti me confiou a piedade divina, hoje e  sempre me governa, rege,  guarda  e ilumina. Amém.

  • Angelus, Regina Caeli.

  •  Alma de Cristo.

  • A comunhão .espiritual, feita em qualquer fórmula piedosa, é enriquecida com indulgência parcial.  

Comunhão espiritual (Santo Afonso de Ligório)

“Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-vos sobre todas as coisas e minha alma suspira por vós. Mas como não posso receber-vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, ao meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de vós! Ó Jesus, sumo bem e doce amor meu, vulnerai e inflamai o meu coração, a fim de que esteja abrasado em vosso amor para sempre. Amém.”

  •  Creio

  •  Ladainhas aprovadas pela autoridade competente. Sobressaem-se as seguintes: Santíssimo Nome de Jesus, Sagrado Coração de Jesus, da Santíssima Virgem Maria, de São José e de Todos os Santos.

  •  Magnificat.

  •  Lembrai-vos

  •  Miserere (Tende piedade)

  •  Ofícios breves: Ofícios breves da Paixão de NSJC, Sagrado Coração de Jesus, da Santíssima Virgem Maria, da Imaculada Conceição e de São José.

  • Dulcíssimo Jesus cuja infinita caridade para com os homens é por eles tão ingratamente correspondida com esquecimentos… (Acto de reparação ao Sagrado Coração de Jesus) Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar este ato de reparação piedosamente, e indulgência plenária se o ato se recitar publicamente na solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

  • Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares… (Acto de consagração do gênero humano ao Sagrado Coração de Jesus) Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar piedosamente este ato, e plenária quando se recitar publicamente na solenidade de Jesus Cristo Rei.

  • Uso de objetos de piedade. -Concede-se indulgência parcial ao fiel que usa devotamente objetos de piedade, como crucifixo ou cruz, terço, escapulário, medalha, bentos ritualmente3 por qualquer sacerdote ou diácono. Se o objeto de piedade for bento pelo Sumo Pontífice ou por um Bispo, o fiel que usa com devoção esse objeto pode ganhar a indulgência plenária na solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, acrescentando a profissão de fé com qualquer fórmula aprovada.

  • Oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. -Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar alguma oração aprovada pela autoridade eclesiástica para isso.

  •  Oração mental.

  • Oração pelo Papa.

 V/. Oremos pelo nosso Pontífice N.

 R/. O Senhor o conserve, o anime, e o torne feliz na terra, e não o entregue ao poder dos seus inimigos.

  •  Salve Rainha.

  • Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os esplendores da luz perpétua. Descansem em paz. –

-Indulgência parcial aplicável somente às almas do purgatório.

  •  Sinal da Cruz.

  •  Veni Creator.

  •  Renovação das promessas do batismo.

 

Indulgências plenárias:

Para adquirir a indulgência plenária é preciso fazer uma obra enriquecida de indulgência e preencher as seguintes três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice. Requer-se além disso rejeitar todo o apego ao pecado, qualquer que seja, mesmo venial. Se falta essa plena disposição ou não se cumprem as supramencionadas condições, ficando intacta a prescrição da norma 11 para os que se acham "impedidos", a indulgência será apenas parcial.

  • Adoração ao Santíssimo Sacramento  - Concede-se indulgência parcial ao fiel que visitar o Santíssimo Sacramento para adorá-Lo, se o fizer por meia hora ao mais, a indulgência será plenária.

  •  Visita ao cemitério - Ao fiel que visitar devotamente um cemitério e rezar, mesmo em espírito, pelos defuntos, concede-se indulgência aplicável somente às almas do purgatório. Esta indulgência será plenária, cada dia, de 1 a 8 de novembro; nos outros dias será parcial.

  •  Exercícios espirituais - Concede-se indulgência plenária ao fiel que faz os exercícios espirituais ao menos por três dias.

  • Indulgência na hora da morte - O sacerdote que administra os sacramentos ao fiel em perigo de vida não deixe de lhe comunicar a bênção apostólica com a indulgência plenária. Se não houver sacerdote, a Igreja mãe compassiva, concede benignamente a mesma indulgência ao cristão bem disposto para ganhá-la na hora da morte, se durante a vida habitualmente tiver recitado para isso algumas orações. Para alcançar esta indulgência plenária louvavelmente se rezam tais orações fazendo uso de um crucifixo ou de uma simples cruz.  A condição de ele habitualmente ter recitado algumas orações supre as três condições requeridas para ganhar a indulgência plenária. A mesma indulgência plenária em artigo de morte, pode ganhá-la o fiel que no mesmo dia já tenha ganho outra indulgência plenária.

  • Primeira Comunhão - Concede-se indulgência plenária aos fiéis que se aproximarem pela primeira vez da sagrada comunhão, ou que assistam a outros que se aproximam.

  • Reza do Rosário de Nossa Senhora - Indulgência plenária, se o Rosário se recitar na igreja ou oratório público ou em família, na comunidade religiosa ou em pia associação; parcial, em outras circunstâncias.
    (O Rosário é uma fórmula de oração em que distinguimos quinze dezenas de saudações angélicas [Ave-Marias], separadas pela oração dominical [Pai-nosso] e em cada uma recordamos em piedosa meditação os mistérios da nossa Redenção). Chama-se também a terça parte dessa oração o Terço. Para a indulgência plenária determina-se o seguinte:

 

1 - Basta a reza da terça parte do Rosário, mas as cinco dezenas devem-se recitar juntas.

2 - Piedosa meditação deve acompanhar a oração vocal.

3 - Na recitação publica, devem-se anunciar os mistérios, conforme o costume aprovado do lugar; na                                                                                                                     recitação privada, basta que o fiel ajunte a meditação dos mistérios à oração vocal.

 

  • Leitura espiritual da Sagrada Escritura - Concede-se indulgência parcial ao fiel que ler a Sagrada Escritura com a veneração devida à palavra divina, e a modo de leitura espiritual. A indulgência será plenária, se o fizer pelo espaço de meia hora pelo menos.

  • Visita à igreja ou altar no dia da dedicação e aí piedosamente rezar o Pai-nosso e o Credo.

                                                                                                                                                                        In Manual de indulgências

 

Indulgências do Apostolado da Oração

Foi concedido aos associados do Apostolado da Oração as seguintes indulgências plenárias:

  • No dia da inscrição no Apostolado da Oração.

  • No dia em que, pela primeira vez, se  consagram ao Sagrado Coração de Jesus.

  • Nas festas de: Cristo Rei, Sagrado Coração de Jesus, Imaculada Conceição, São Pedro e São Paulo e São Francisco Xavier (3 de dezembro), patrono principal do Apostolado da Oração.

  • No dia da renovação anual da Consagração ao Sagrado Coração. 

    Condições para se ganhar estas 8 Indulgências Plenárias:

  •  Confissão sacramental;

  •  Comunhão sacramental;

  • Rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria, diante do Santíssimo Sacramento, pelas intenções do Papa;

  • Fazer ou renovar , mesmo em particular, a promessa de guardar fielmente os Estatutos do Apostolado da Oração.

In Manual do Apostolado da Oração

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