Não vos espanteis, filhas, das muitas coisas a que é preciso olhar para começar esta viagem divina, que é caminho real para o Céu.
Ganha-se, indo por ele, um grande tesouro; não é, pois, demasiado que custe muito, a nosso parecer. Tempo virá em que se entenda como tudo é nada para tão grande preço.
Agora, voltando aos que querem ir por ele sem parar até ao fim, que é chegar a beber desta água de vida, como devem começar, digo que importa muito, e tudo, ter uma grande e muito determinada determinação de não parar até chegar a ela, venha o que vier, suceda o que suceder, trabalhe-se o que se trabalhar, murmure quem murmurar, quer lá se chegue, quer se morra no caminho, ou não se tenha ânimo para os trabalhos que nele há (...).
Caminho de Perfeição, XXI, 2