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COMO ALCANÇAR A VIDA ETERNA?


Eu quero a VIDA ETERNA. Mas o que é afinal a Vida Eterna?

A pergunta está errada. Não é o que é a Vida Eterna, mas quem é a vida Eterna.

É uma Pessoa. Só há um Ser que o É ETERNAMENTE: é Aquele que disse a Moisés «Eu Sou Aquele que Sou.» Ele disse: (…): ‘Eu Sou’ enviou-me a vós!» (Ex 3, 14); e o que se enviou é Jesus, que respondeu aos Judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: antes de Abraão existir, Eu Sou!» (Jo 8, 58). Em suma, a Vida Eterna é Deus.

Eu não posso tornar-me eterno! Não tenho poder para isso, mesmo que o queira muito. Só Deus me pode ajudar, só Ele pode resolver esta impossibilidade, “porque nada é impossível a Deus» (Lc. 1, 37) disse o Anjo a Maria. E a resposta de Maria foi «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» (Lc. 1, 38). Se queremos a Vida Eterna, temos que imitar Maria dizendo sim à Vontade de Deus. Se quero a Vida Eterna preciso que se cumpra em mim, que aconteça em mim Deus, que é a Vida Eterna. Preciso viver Deus.

Como assim?

Partindo do Baptismo, que é a inauguração da Vida Eterna em mim, eu preciso continuar a vivê-La. De que me vale a inauguração se depois desisto, não a vivo? Preciso continuar o meu Baptismo, vivendo aqui na terra uma tal imitação de Cristo, que chegue a um ponto em que aquilo que até então eu tinha como minha vontade pessoal, já não me interessa, pois a união com Cristo é tal, que desejo ardentemente tudo o que Deus quer. Já não sou o que antes julgava ser, mas agora sou aquilo que Deus quer para mim – “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”, ensina-nos S. Paulo na sua carta aos Gálatas (2, 20).

Parece difícil, mas não o é para quem deseja de verdade viver a Vida Eterna, viver e amar Deus. Para esses torna-se natural, torna-se a vida do dia-a-dia e produz uma alegria sem fim, uma alegria que se acumula a cada dia, crescendo à medida que cresce o amor a Deus e que vai até à Felicidade Eterna, até ao Céu.

Ora, se é assim, compreendo que para ter em mim a Vida Eterna, eu preciso viver através dessa mesma Vida, que é Deus, O Eterno. Terei a Vida Eterna, vivendo em Deus, participarei da Vida, participarei de Deus. Deus quer que eu faça parte d’Ele! Quer-me dar a Sua própria existência!

Que generosidade! Que amor sem limites! Que bondade! Não levar isto a sério é, sem margem de dúvida, uma desconsideração e ofensa grave à doçura e bondade deste amor incondicional de Deus. É uma rejeição do Amor, uma rejeição de Deus. Se não aceito esta oferta divina, não aceito alcançar a Vida Eterna.

Não há dois caminhos, há um só e foi Ele próprio quem nos disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).

Sabemos o caminho, agora falta determinarmo-nos a percorrê-Lo. Não precisamos ter medo, contamos com a ajuda e proteção d’Ele próprio.

“Que mais havemos de dizer? Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós? Ele, que nem sequer poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não havia de nos oferecer tudo juntamente com Ele?

Quem irá acusar os eleitos de Deus? Deus é quem nos justifica! Quem irá condená-los? Jesus Cristo, aquele que morreu, mais, que ressuscitou, que está à direita de Deus é quem intercede por nós.

Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? De acordo com o que está escrito: Por causa de ti, estamos expostos à morte o dia inteiro, fomos tratados como ovelhas destinadas ao matadouro. Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças àquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso” (Rm 8, 31-39).

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