Entretanto, aproximava-se o dia 13 de Maio de 1942. Uniam-se as bodas de prata das Aparições de Fátima e as de Sua Santidade o Papa Pio XII, que foi consagrado Bispo no dia 13 de Maio de 1917, dia da primeira Aparição de Nossa Senhora. Num encontro que o Senhor Bispo de Leiria teve em Valença do Minho com a Irmã Dores (nome da Irmã Lúcia enquanto Doroteia), perguntou-lhe se achava bem que os Bispos de Portugal pedissem ao Santo Padre para fazer a Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, nesse aniversário em que coincidiam os dois Jubileus. A Irmã Lúcia disse que sim, mas frisou que não fora isso o que Nossa Senhora pedira. A Consagração foi feita nesse ano, no dia 31 de Outubro. Como a Irmã Lúcia explicou, não foi válida, porque não foi feita em união com todos os Bispos do mundo, condição pedida por Nossa Senhora.
Mas cada esforço por corresponder ao pedido do Céu, ainda que incompleto, é recebido pelo Coração de Deus com amor de Pai, que sabe muito bem como são débeis os Seus filhos, sempre esperando melhor correspondência. Numa carta ao Senhor Bispo de Leiria, D. José Correia da Silva, a Irmã Lúcia confidência algo das suas intimidades com o Senhor e Sua Mãe:
-O Bom Deus tinha-me mostrado já o Seu contentamento pelo acto, ainda que incompleto “segundo o Seu desejo”, do Santo Padre e vários Bispos; em troca, promete acabar em breve a guerra, e a conversão da Rússia não será já.
O Bom Deus vai-Se deixando aplacar, mas queixa-Se amarga e dolorosamente do número limitadíssimo de almas em graça, dispostas a renunciar-se no que delas exige a observância da Sua Lei.
Esta é agora a penitência que o Bom Deus pede: “O sacrifício que cada pessoa tem que se impor a si mesmo para levar uma vida de justiça na observância da Sua Lei e deseja se faça conhecer com clareza este caminho às almas, pois muitas julgando o sentido da palavra Penitência nas grandes austeridades, não sentido forças nem generosidade para ela, desanimam numa vida de tibieza e pecado.”
De 5ª para 6ª feira estando na Capela com licença das Madres Superioras, às 12 da noite me dizia Nosso Senhor: “O sacrifício de cada um, exige o cumprimento do próprio dever e observância da Minha Lei: é a Penitência que agora exijo e peço.”