São Bruno, fundador da Ordem da Cartuxa
Como gostaria, irmão muito amado, que ardesse em ti o Amor divino. Que essa caridade viesse estabelecer-se no teu coração, que bem de pressa a glória do mundo, enganadora, sedutora, te parecesse miserável. Rejeitarias então facilmente as riquezas cuja preocupação torna pesada a tua alma. O que será, com efeito, mais contrário à razão, à justiça, à própria natureza do que preferir a criatura ao Criador, perseguir mais os valores perecíveis do que os bens eternos? O Amor de Deus é tão útil quanto justo. O que será mais justo e mais útil, mais inato e mais conveniente ao homem do que amar o bem? E o que existe que seja melhor do que o próprio Deus? Mais: haverá outro bem verdadeiro para além de Deus? Por isso a alma santa que tem alguma percepção desse bem, do seu esplendor, do seu incomparável brilho, arde no Amor celeste e grita: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo! Quando poderei comtemplar a face de Deus?”