Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus (Mt 13, 31-35)
Naquele tempo, Jesus contou-lhes outra parábola: "O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos nos seus ramos". Jesus contou-lhes ainda outra parábola: "O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado". Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: "Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo".
Nesta segunda-feira, a Igreja celebra a memória de Santo Inácio de Loyola, pai fundador da Companhia de Jesus, e no Evangelho hoje proclamado Nosso Senhor recorre a duas parábolas, à do grão de mostarda (cf. Mc 4, 30ss; Lc 13, 18s) e à do fermento (cf. Lc 13, 20s), para explicar a dinâmica da Palavra de Deus. Jesus quer fazer-nos entender como esta Palavra, força de salvação para todo o que crê (cf. Rm 1, 16), faz-nos homens novos sempre capazes de crescer mais. O grão de mostarda e o fermento, com efeito, são símbolos que expressam, cada um ao seu modo, a ação da graça divina, que, embora se antecipe a nós e nos mova a agir de modo eficaz em ordem à salvação eterna, não dispensa a cooperação de nossa liberdade, como dizem as SS. Escrituras: "Reconduzi-nos a vós, Senhor, e voltaremos" (Lm 5, 21).
Pelos méritos da Paixão de Cristo, foi-nos dada a graça sem a qual jamais seríamos justificados. Fazendo-nos renascer n'Ele como amigos e familiares de Deus (cf. Jo 15, 15; Ef 2, 19), esta graça dispõe-nos a progredir de virtude em virtude (cf. Sl 83, 8) e a renovar-nos de dia para dia (cf. 2Cor 4, 16), a fim de crescermos e nos tornarmos mais justos na justiça recebida, como está escrito: "O santo santifique-se ainda mais" (Ap 22, 11) pela fé e as boas obras (cf. Tg 2, 22.24), pela observância dos mandamentos de Deus e da Igreja, pela prática assídua da oração e da meditação, esperançoso com temor e tremor de que Deus, como começou a boa obra, assim também a levará a bom termo, operando em nós o querer e o executar (cf. Fl 2, 13). Recorramos, pois, à intercessão de Santo Inácio de Loyola e peçamos-lhe que nos alcance de Deus o aumento constante da justiça, para amadurecermos na fé que a sua Companhia semeou em nossas terras.
In padrepauloricardo.org