Você alguma vez já parou para pensar em quão feio é o pecado da fofoca?
No ambiente de trabalho, na vida em família e no dia a dia das paróquias, frequentemente nós percebemos o quão colossalmente estúpida, destrutiva e pecaminosa pode ser uma fofoca.
A razão por que as fofocas são estúpidas é porque elas quase sempre lidam com meias verdades. A pessoa ouve só um lado da história, uma parte da verdade, e já tira a conclusão errada e conta a outra pessoa. A mentira torna-se exagerada e espalha-se mais longe. Em questão de pouquíssimo tempo pessoas inocentes acabam por entrar num redemoinho de fofocas, insinuações e falsidades completas.
As pessoas falam mal das outras, geralmente, porque se acham melhores do que elas. E ainda se acham no direito de envenenar e destruir a vida alheia para se sentirem bem por um momento.
Há uns dia , eu estava a passear pelo terreno de nossa paróquia e perguntei a uma pessoa o que ela achava de construirmos uma nova igreja e onde eu poderia colocar o estacionamento de carros. Eu acenei, então, para um pedaço de terra e disse: “Poderíamos colocá-lo aqui.” “Mas aí teríamos de cortar as árvores!”, a pessoa respondeu. “Sim, eu suponho que teríamos”, eu respondi. Dois dias depois, a fofoca espalhou-se e voltou até mim quando alguém, me confrontando, disse: “Ouvi dizer que o senhor irá cortar todas as árvores no nosso terreno! Como o senhor ousa?”
O quadro seria risível se se tratasse simplesmente de um grupo de senhores ou senhoras que não tivessem nada melhor para fazer do que murmurar e bisbilhotar a vida alheia. Mas estamos a falar de algo muito mais destrutivo do que isso. Fofocas destroem reputações; acabam com matrimónios; minam a obra de Deus; espalham ódio e temor. Elas são como um cancro oculto: você as corta num lugar e logo aparecem noutro.
Por isso, aqui vão algumas orientações para o ajudar a parar de fazer fofocas sobre a vida alheia.
Acredite em todos e não acredite em ninguém. Em outras palavras, acredite no que a pessoa lhe contou. Ela realmente pensa que o que disse é verdade e, a partir do ponto de vista dela, é isso mesmo. No entanto, lembre-se que existe sempre, sempre, sempre o outro lado da história. Por isso, não acredite em ninguém e guarde a sua língua dentro da boca.
Reúna todos os factos. Não tome a palavra de alguém como a verdade absoluta. Procure descobrir o que realmente aconteceu a partir de quantas pessoas for possível.
Vá à fonte! Por amor à verdade, tenha a coragem, a percepção e o bom senso de recorrer à fonte. Se Maria falou a respeito de João, vá directamente até João para descobrir os factos.
Dê a todos o benefício da dúvida. Pense o melhor dos outros, e não o pior. Se algo algo de mal a respeito de alguma pessoa, procure pensar no porquê de ela ter feito aquilo (se é que ela realmente o fez) e nos bons motivos que ela talvez tenha tido para fazê-lo.
Guarde a sua língua dentro da boca. Você não precisa falar e contar tudo a toda a gente. Mesmo um idiota é tido como sábio se mantém a sua boca fechada. Fale menos e oiça mais.
Confronte a fofoca. Não lhe dê crédito. Diga gentilmente à pessoa: “Tem certeza de que isso é verdade?”
Por vezes será necessário confrontar a fofoca duramente: “O que me está a contar é uma fofoca suja e destrutiva! Eu recuso-me a acreditar nela e penso que deveria manter a sua boca fechada a respeito disso!” (Nem é preciso dizer que o seu interlocutor certamente não vai gostar disso.)
Tenha os seus olhos fixos na verdade. Por que perder o seu tempo com mexericos inúteis?
Pense nas outras pessoas. Já parou para pensar no porquê de fazer tantas fofocas? Porque elas fazem-nos sentir superior. Falamos mal dos outros porque nos achamos melhor do que eles. E ainda nos achamos no direito de envenenar e destruir a vida dos outros para nos sentirmos bem por um momento. É ou não é repugnante?
Reze, enfim, por todas as pessoas envolvidas na história, seja ela qual for. Diga simplesmente no seu coração, como muitos já fazem: “Misericórdia”, e peça a Deus que “nos livre do mal”… da fofoca. Assim seja. Amém.