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O BAPTISMO E A SALVAÇÃO (I)


O santo Baptismo é o fundamento de toda a vida cristã, é o nascimento da vida sobrenatural, a Vida Eterna. Como a criança que nasce para a vida natural depende dos pais para viver, também nós, baptizados, dependemos da vida que Deus nos oferece.

No baptismo, a Igreja reunida celebra a experiência de sermos dependentes, filhos de Deus. Por meio desse sacramento, participamos da vida de Cristo, pois tornamo-nos Corpo Místico de Cristo, ou seja, espiritualmente tornamo-nos Corpo de Cristo onde Deus habita, onde Deus age se unirmos a nossa vontade à d’Ele. Jesus Cristo é o grande sinal de que Deus cuida de nós.

O santo Baptismo é a porta da vida no Espírito, que abre o acesso aos demais sacramentos. Por meio dele, somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão: Baptismus est sacramentum regenerationis per aquam in verbo (o Baptismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra).

Quando recebemos o sacramento do Baptismo, transformamo-nos de criaturas, para filhos amados de Deus. Muitos pensam que os sacramentos em geral são obras eclesiásticas, ou seja, “invenções” da Igreja. Isso não é verdade, os sacramentos são, sem sombra de dúvidas, criados por Jesus Cristo, o próprio Deus Encarnado.

O profeta João Baptista, primo de Jesus, que veio ao mundo para preparar os caminhos para a vinda do Messias, foi quem baptizou as pessoas para a vinda de Cristo (cf. Mc 1,2s). Ele sabia que o seu Baptismo era temporário, pois, logo depois dele viria seu primo Jesus, que baptizaria no Espírito Santo, ou seja, o profeta baptizava com água e Jesus baptizava com o Espírito Santo. A Bíblia sugere o Baptismo de todos, o que inclui as crianças.

“Disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja baptizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2, 38-39). A promessa diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe – a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.

O Baptismo é ordinariamente válido quando o ministro (bispo, presbítero ou diácono) derrame água sobre o baptizando, enquanto diz: “N…, eu te baptizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Isso supõe a fé em Jesus Cristo, pois sem a fé o Baptismo não passa de uma encenação.

Para ser salvo, é preciso ter fé em Jesus e segui-Lo, mas ninguém O segue sozinho, precisamos da graça de Deus, que é o auxilio de Deus para nos santificar, sozinhos seria impossível. Pelo Baptismo, passamos a ser participantes da vida de Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. O Baptismo é um dom de Deus para nós, dom que nos torna filhos amados, e não apenas simples criaturas. Ele mostra- nos que fomos feitos para a comunhão com Aquele que é o Senhor de tudo e com os nossos irmãos.

São Paulo diz-nos: ”Pois todos vocês, que foram baptizados em Cristo, revestiram-se de Cristo. Não há mais diferenças entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vós sois um só em Jesus Cristo” (Gl 3,27-28).

Para que existe o Baptismo?

Adão e Eva pecaram gravemente, desobedecendo a Deus, querendo ser iguais a Ele. Rejeitando desta forma a acção de Deus nas suas almas, passaram a agir segundo a sua própria vontade, mesmo que esta estivesse em desacordo com a Vontade de Deus. Foram, por isso, expulsos do Paraíso, ou seja, do “local” onde o Homem estava em perfeita comunhão com Deus, onde viviam em perfeita amizade e união. Entregues às suas próprias escolhas, separados das orientações e proteção de Deus e da Vida de Deus , passaram a sofrer e morreram. Deus os castigou, como consequência das suas escolhas e transmitiu a todos os filhos de Adão, ou seja, a todos os homens, o pecado original, porque o Homem que Deus criara recusava-se a ser essa criatura pensada com tanto amor por Deus. O Homem criado por Deus em estado de santidade, de perfeição, tinha decaído e agora quer viver e ser, aquilo que não é.

Mas o Senhor prometeu a Adão e Eva que enviaria o Seu próprio Filho, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que Encarnando, fazendo-Se homem, morreria na Cruz, obediente a Deus SEMPRE, aconteça o que acontecer e ,assim, pagar e apagar o pecado de Adão e Eva bem como todos os outros pecados. Então, vem ao mundo o novo Adão, o Homem amado e desejado por Deus, o Obediente, o Santo, onde Deus vive sem restrições, o Paraíso de Deus.

Não basta, entretanto, que Jesus tenha Encarnado e morrido na cruz. É preciso ainda que Sua morte seja aplicada sobre as almas, para que elas reencontrem a amizade de Deus, que seja apagado o pecado original e se tornem-se filhos d’Ele . Foi então para aplicar Seu Sangue derramado na cruz, para aplicar a Sua Vida sobre nossas almas, que Jesus instituiu esse sacramento. Este sacramento abre-nos a porta a este novo estado de vida, a este homem restaurado em Cristo, uma nova criatura. Agora com o auxílio de Deus a que chamamos graça santificante, podemos empreender um novo caminho, o caminho que nos leva ao Céu, o caminho de perfeição, de santificação, da salvação que é o próprio Cristo – “Eu sou o caminho a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim.” (Jo 14, 6).

Quando foi que Jesus instituiu o Baptismo?

Jesus o instituiu logo no início de Sua pregação, quando entrou no rio Jordão para ser baptizado por São João Baptista. O baptismo de João não era um sacramento. Apenas quando Jesus santificou as águas do Jordão com Sua presença e que a voz do Pai se faz ouvir ”Este é meu Filho bem amado, em quem pus minhas complacências, e que o Espírito Santo aparece sob a forma de uma pomba” (foi então uma visão da Santíssima Trindade), é que fica instituído o Baptismo.

Essa instituição é confirmada por Jesus quando Ele diz a Seus apóstolos: “Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Leia, na Bíblia, o Evangelho de São Mateus 3,13.

Matéria e forma

Jesus instituiu, então, o Baptismo e determinou que seria usada a água como matéria desse sacramento. Foi também Jesus quem determinou a forma: “Eu o baptizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém”. O rito do Baptismo consiste, assim, em derramar água na cabeça da pessoa que vai ser baptizada, ao mesmo tempo em que se diz a forma. Mas, só isso não basta. É preciso ainda que o ministro tenha a intenção de fazer o que faz a Igreja Católica no sacramento do Baptismo.

A Santa Igreja acrescentou também diversas orações preparatórias que completam a cerimônia. Quem já assistiu a um Baptismo sabe que o padre usa o sal bento, o óleo dos catecúmenos (o santo crisma), entrega a vela acesa aos padrinhos, veste a roupa branca no baptizado e, principalmente, reza as orações contra o demônio, para que o pai da mentira nem se aproxime do baptizado. Esse é o Baptismo católico, o único instituído por Jesus, o único capaz de nos tornar filhos de Deus.

Além da pessoa que está sendo baptizada, do sacrdote que baptiza, há também, na cerimônia, os padrinhos. Normalmente, escolhe-se para padrinhos um homem e uma mulher. Eles devem ser bons católicos, pois a função dos padrinhos é dar o exemplo, ajudar os afilhados a aprender o Catecismo, a rezar, a conhecer e amar a Deus.

Os efeitos do batismo

O Baptismo dá- nos, pela primeira vez, a graça santificante, que é a amizade, a acção e a presença de Deus no nosso coração, na nossa alma, na nossa vida. Juntamente com a graça recebemos o dom da fé, da esperança e da caridade, assim como todas as demais virtudes que devemos procurar proteger no nosso coração e exercitando-as, faze-las crescer na nossa alma, na nossa vida. O Baptismo apaga o pecado original, apaga os pecados atuais e todas as penas ligadas aos pecados. Ele imprime na nossa alma o caráter de cristão, fazendo-nos filhos de Deus, membros da Santa Igreja Católica e herdeiros do Paraíso, tornando-nos capazes de receber os outros sacramentos. Compreende-se então, que ser baptizado é absolutamente necessário para a salvação.

Nos próximos artigos estudaremos outros tipos de Batismo; alguns aceitos pela Igreja católica como válidos e outros rejeitados.

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