Dons são qualidades permanentes que aperfeiçoam o homem e o dispõem a obedecer com prontidão às inspirações do Espirito Santo. Criam passividade na alma que as dispõe à acção do Espirito Santo. Ou seja, são pura acção de Deus na alma.
O Espírito Santo vem às nossas almas no dia do nosso Baptismo, derramando sobre nós as três virtudes teologais: a Fé, a Esperança e a Caridade. E vem de um modo mais solene no dia em que recebemos o Sacramento do Crisma (ou Confirmação), quando recebemos a efusão do Espírito que derrama sobre nós os Seus 7 dons: Sabedoria, Entendimento, Conselho, Fortaleza, Ciência, Piedade e o Temor de Deus.
Conheça o sentido de cada Dom:
Sabedoria É o que nos dá o gosto das coisas divinas. Sábio é o que bem hierarquiza valores. O que coloca em primeiro lugar o que realmente está em primeiro lugar. Liga-se à maior de todas as virtudes – a Caridade – pois que a grande Sabedoria está no Amor. Conselho É o Dom do discernimento. Em situações difíceis. Faz-nos reconhecer e encontrar a vontade de Deus. Lembra juízo e bom senso. Liga-se à Prudência. Inteligência É o que nos leva a perceber a Verdade onde ela se encontra. Embora sem desvendá-los, ajuda-nos a aceitar os mistérios da Religião. É como que o instinto da Verdade. É o Dom que nos faz convictos. Liga-se à Fé. Fortaleza (força) Dá-nos energia para superar obstáculos a fim de cumprir a vontade de Deus. É o Dom que Maria teve no mais alto grau quando, de pé, no Calvário, assistiu à morte de seu Filho. Foi o Dom de S. João Nepomuceno, preso e torturado com ferro em brasa, por não revelar um segredo de confissão. É ligado à virtude do mesmo nome. Ciência Leva-nos a compreender a Religião, sem estudos especiais. O santo Cura D’ars a possuiu em alto grau e Sto. Tomás de Aquino afirmava ter aprendido mais aos pés do altar, que nos livros. Não se trata de ciência humana. Trata-se, ao contrário, da noção da miséria da criatura e da maravilha de Deus. Liga-se ao dom das Lágrimas (porque nos vemos como somos) e a virtude da Esperança (porque conhecemos os efeitos da graça de Deus em nós, capaz de nos aperfeiçoar e nos fazer conquistar o Céu).
Piedade Dá-nos uma atitude filial diante de Deus. Leva-nos a desejar sempre o que for mais perfeito, como o mais justo diante do Pai. Liga-se à Justiça. Temor de Deus É o temor de desagradar ao Bem Supremo. Teme-se ofender a Deus com o pecado o que nos leva a lutar contra toda a tentação. Teme-se por amor, e este amor nos faz cautelosos, e nos dá equilíbrio. Liga-se à Temperança e, portanto, à Humildade – virtude básica para a Vida cristã, justificando, assim, a sua definição na Sagrada Escritura: "O temor de Deus é o princípio da Sabedoria".
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O Espírito Santo, para além de derramar estas 7 grandes colunas cristãs, confere ao cristão 12 frutos, que são: Caridade, Alegria, Paz, Paciência, Benignidade, Bondade, Longanimidade, Mansidão, Fé, Modéstia, Continência e Castidade.
Definimos agora, em poucas palavras, cada um dos 12 frutos do Espírito Santo:
Caridade
É o amor a Deus acima de todas as coisas, e aos outros por causa de Deus. E é o maior dos dons porque não desaparece, existe para além da morte. O Céu vive no amor: "A fé e a esperança hão-de desaparecer, mas o amor jamais desaparecerá" (1 Cor 13,8).
Alegria
É caracterizada por aquelas emoções interiores, aquele gozo interior e satisfação espiritual profunda que o Espírito Santo derrama no coração e na alma. Não há palavras que possam descrever o gozo que provém do Espírito Santo.
Paz
A paz de que falamos não tem nada a ver com os motivos ou sensações externas mas é uma paz e suavidade interior, tal como Jesus disse aos Seus apóstolos: "Deixo-vos a paz, dou-vos a Minha paz, não como o mundo a dá mas como Eu a dou" (Jo 14, 27). Jesus é a paz e a suavidade da alma.
Paciência
Suporta as adversidades, as doenças, as contrariedades e perseguições. A paciência é o fruto essencial para que o cristão persevere na Fé. O cristão paciente dificilmente é demovido porque suporta tudo com paciência. A alma paciente é mansa e humilde, não se revolta contra o seu Deus mas tudo aceita sem se turbar porque sabe que até do mal pode vir o bem.
Bondade
É fazer o bem, desinteressadamente, às pessoas. A pessoa que o faz tem um bom coração, amando verdadeiramente. A resposta de alguém que ama a sério é: "Eu amo porque amo." Benignidade
Parte da bondade, enquanto querer, mas relaciona-se mais com o fazer. A benignidade é a execução do bem que vai para além do que deveria, por justiça, ser feito.
Longanimidade
Está relacionada com grandeza da alma e com a generosidade. É um fruto sobrenatural que dispõem a alma a esperar, sem se queixar nem se deixar amargurar, mesmo nos momentos mais difíceis. É o perseverar nos caminhos de Deus, mesmo nas adversidades e dificuldades.
Mansidão
Está sempre associada à humildade e à paciência. Jesus disse: "Vinde a Mim que Sou manso e humilde de coração que Eu vos aliviarei. Vinde a Mim que o meu jugo é suave e a minha carga é leve. Vinde a Mim todos vós que estais sobrecarregados porque Eu vos aliviarei" (Mt 11, 28-30). Este é um grande convite do Sagrado Coração de Jesus a todos nós. A mansidão vai contra a ira e contra o ódio. Assim, devemos procurar ser mansos, imitando o Divino Mestre.
Fé
Para além de ser o fruto do Espírito Santo é uma das virtudes teologais. A Fé é um dom muito importante, sem ela desesperamos e desanimamos ao longo da nossa caminhada, feita de altos e baixos, com muitas dificuldades. Sem a Fé, o cristão chega a certa altura, depois de muitas dificuldades desiste e começa a levantar interrogações e deixa de praticar o bem, deixa de ir à Missa e diz: "Afinal, os que não vão à Missa, têm uma vida melhor do que a minha. Então, que me adianta ir à Missa e rezar?" Leva o cristão a manter-se firme na sua caminhada mas esta Fé tem que ser conservada e protegida. A oração que aumenta e protege a Fé.
Modéstia
Relaciona-se com o ser discreto. A modéstia é contra a ostentação e a exibição. A modéstia é o pudor que deve acompanhar todo o cristão pois nele habita Deus. Como tal, devemos respeitar o nosso próprio corpo, não o expondo como um mostruário. É preciso alertai aquelas pessoas que se vestem com mini-saias, decotes exagerados, roupa transparente, calças exageradamente apertadas, apresentando os contornos do corpo. Podemos usar roupas bonitas e arranjadas com o devido pudor e respeito pelo corpo.
Continência
Permite que o homem seja equilibrado, dominando a sua sexualidade. Saber guardar-se e proteger-se. A continência é uma grande virtude. Se os homens e as mulheres de hoje possuíssem esta grande virtude, não haveria em muitos lares tanta tristeza, tanto aborrecimento porque todos saberiam manter a castidade e a pureza. A continência é o domínio de si mesmo em relação aos instintos sexuais.
Castidade
É um fruto que leva o homem ou a mulher a manter a pureza do corpo e, consequentemente, a pureza da alma, não se deixando manchar, caindo em pecados contra o 6º e 9º Mandamentos. O 6º diz: "Guardai castidade nas palavras e nas obras"; e o nono mandamento diz: "Guardai castidade nos pensamentos e nos desejos."
A castidade não é só protegida quando o homem ou a mulher se abstêm de actos sexuais fora do casamento mas deve ser protegida, evitando que os olhos se fixem em programas indecentes ou imorais, ou se fixem na rua em situações impróprias porque isso leva a maus pensamentos e desejos. São Paulo, referindo-se aos esposos, fala da Fidelidade dizendo que aquele que é fiel à sua mulher conserva a castidade e vice-versa. Por isso, São Paulo explica que a fidelidade passa pela castidade também no casamento.
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Estes 12 frutos do Espírito Santo devem suscitar no cristão o desejo e o esforço de os conquistar. Para isso, deverá pedi-los e suplicá-los ao Espírito Santo por quem os receberá.